17/05/2022

Novo medicamento combinado com quimioterapia pode melhorar a sobrevida de pessoas com leucemia mieloide aguda

Pesquisadores avaliaram o benefício do ivosidenibe combinado à quimioterapia. O estudo internacional contou com pesquisadores de várias regiões do mundo e os resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine


 



Fotomontagem com leucemia mieloide aguda e molécula de ivosidenibe da Wikimedia - Arte: Jornal da USP

 


As possibilidades de tratamento para pacientes mais velhos, com mais de 60 anos, com leucemia mieloide aguda (LMA) são restritas. Em busca de aumentar e melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com esse câncer, pesquisadores de várias regiões do mundo, incluindo o Brasil, avaliaram o benefício de um novo medicamento, ivosidenibe, e os resultados promissores na sobrevida foram publicados no artigo Ivosidenib and Azacitidine in IDH1-Mutated Acute Myeloid Leukemia no The New England Journal of Medicine, em abril.


A LMA pode ser explicada por diversas mutações genéticas nas células-tronco que provocam queda nas células saudáveis, causando anemia, sangramentos e infecções. “A doença é um câncer do sangue e da medula óssea potencialmente grave e uma parcela de cerca de 10% dos casos tem mutação no gene IDH1, que serve como alvo para o ivosidenibe, afetando diretamente as células da leucemia. Foi o que usamos na pesquisa”, explica Rodrigo Calado, médico hematologista, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e um dos autores do estudo.


Os cientistas recrutaram 146 pacientes com diagnóstico de LMA com mutação no gene IDH1 e que eram inelegíveis para a quimioterapia convencional, que é a primeira fase do tratamento e busca eliminar no sangue e reduzir na medula óssea as células da leucemia. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos sendo um deles controle, que recebeu placebo e quimioterapia, e o outro que recebeu o ivosidenibe e a quimioterapia.


“A terapia combinada com ivosidenibe e quimioterapia foi associada a eventos adversos semelhantes aos atribuídos ao tratamento padrão e foi eficaz em prolongar a sobrevida livre de complicações, aumentando a probabilidade de remissão completa e prolongando a sobrevida global entre pacientes do estudo”, explica o professor.


Ainda, de acordo com Calado, o estudo mostra que o uso do medicamento pode ser expandido para outros casos com mutações em genes específicos. “A pesquisa também sugere que outros tipos de câncer com mutação no IDH1 também possam se beneficiar desse tratamento”, conclui.


O estudo foi coordenado pelo hematologista Pau Montesinos e contou com pesquisadores da Espanha, França, Polônia, China, Itália, Brasil, Canadá e Estados Unidos.


Mais informações: e-mail rtcalado@fmrp.usp.br


Noticia retirada do site do Jornal da USP

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